No seu relatório anual, aquela Organização Não Governamental documentou os efeitos da medida punitiva adotada por Tel Aviv sobre os habitantes daquele território, agravados pelos ataques militares sistemáticos, o mais recente dos quais ocorreu em maio de 2021.
Apesar da deterioração da situação humanitária na faixa e da sucessão de sete governos israelenses desde o início do cerco, a política de punição coletiva contra a população de Gaza se mantém, denunciou. Como exemplo, citou o aumento do desemprego, que passou de 23,6 porcento antes da imposição do bloqueio para 50,2 porcento no final do ano passado, enquanto a pobreza passou de 40 porcento para 69 porcento.
A economia do território está paralisada desde então após o encerramento quase total das passagens comerciais, sublinhou.
A esse respeito, ele enfatizou que a contribuição de Gaza para a economia palestina foi reduzida pela metade para apenas 18 porcento em 2021.
O relatório destacou que milhares de instalações econômicas, de serviço e de produção foram interrompidas, destruídas ou danificadas durante vários ataques militares israelenses nos últimos anos.
O setor da saúde é um dos mais afetados porque Tel Aviv impede ou limita a entrada de medicamentos e insumos médicos no enclave, criticou a ONG.
Perante esta situação, exortou a comunidade internacional a obrigar Israel, como potência ocupante, a respeitar os direitos dos habitantes de Gaza.
Um recente estudo conjunto do Monitor Euro-Mediterrâneo de Direitos Humanos e do Instituto de Água, Meio Ambiente e Saúde revelou que 97porcento do líquido consumido naquele território está contaminado.
Por sua vez, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha alertou que 80porcento da população deste enclave costeiro vive com apenas 10 horas de eletricidade por dia.
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