Em declarações à imprensa, o responsável referiu-se à avaliação positiva feita pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Riabkov, sobre a forma como foi realizado o diálogo anterior, que considerou aberto, substantivo e direto.
“Mas não é um processo para um processo e não é algo que possa dar satisfação, porque o que importa aqui é o resultado”, disse Peskov, segundo a agência de notícias TASS.
Ele enfatizou que ainda não há nada a dizer sobre o resultado das negociações e alertou que faltam mais algumas rodadas, o que permitirá a Moscou obter “uma imagem mais clara de onde estamos com os americanos”, disse ele.
Afirmou que a discussão com Washington sobre as próximas consultas com Moscou será relevante após as reuniões sobre garantias de segurança com o chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte, esta quarta-feira em Bruxelas, e com a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), quinta-feira em Viena. O chefe do serviço de imprensa do Kremlin disse que a consulta russo-estadunidense de segunda-feira oferece uma visão básica e importante, mas ainda incompleta, sobre o possível progresso do diálogo sobre as propostas de compromisso apresentadas por Moscou. “Será complementado apenas nos próximos dias, e depois disso será possível entender de alguma forma em que direção, como avançar e se fará sentido”, disse ele.
Peskov ressaltou que não há prazos claros no diálogo com Washington. “Há apenas uma posição da Rússia de que não estamos absolutamente satisfeitos com o atraso interminável deste processo”, disse ele.
Questionado sobre os anúncios de uma possível proibição do fornecimento de equipamentos norte-americanos à Rússia, o porta-voz presidencial russo disse que tais publicações representam uma espécie de “artilharia informativa” lançada face às negociações entre os dois países.
“Vemos que nossos homólogos dos EUA continuam repetindo a ameaça de sanções como mantra”, disse ele, ao mesmo tempo em que considera que esses relatórios não podem influenciar a posição da delegação de Moscou que participa das consultas.
Na sua opinião, tais ameaças não favorecem um ambiente construtivo em torno do diálogo, mas lembrou que “é uma realidade que temos de enfrentar. Não vemos nada de errado nisso”, disse.
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