Em diálogo com a Prensa Latina, o parlamentar ecologista considerou que, além de afetar os habitantes da ilha e causar-lhes graves dificuldades, o bloqueio econômico, comercial e financeiro de Washington atinge os interesses europeus com seu alcance extraterritorial.
“Um relatório do meu colega Raphael Gauvain estima que só a França perdeu 30 bilhões de euros em consequência das sanções extraterritoriais aplicadas pelos Estados Unidos a outros países, frente ao que temos de agir”, sublinhou a cerca da presidência do Conselho da UE assumida por Paris em 1º de janeiro por um período de seis meses.
Para Lambert, é urgente a proteção efetiva dos interesses das empresas e dos cidadãos europeus frente a posições como o bloqueio a Cuba.
Não é admissível que a UE continue a mostrar submissão aos Estados Unidos, que com a sua política provoca prejuízos pela imposição de multas e negócios que deixam de ser realizados, alertou.
O presidente do Grupo de Amizade França-Cuba da Assembleia Nacional insistiu que a atual pandemia de Covid-19 ratifica a necessidade de rejeitar e interromper o bloqueio imposto à maior das Antilhas por seis décadas.
A ilha – acrescentou – produz as suas próprias vacinas para enfrentar a Covid-19, mas carece de recursos para fazê-lo em maior escala em benefício da comunidade internacional, devido à política norte-americana.
Portanto, a França e a UE devem assumir que o bloqueio contra Cuba é também um bloqueio contra a humanidade, porque aqui não se trata de uma doença que afeta algumas nações, afeta a todos nós, e é urgente aproveitar as capacidades disponíveis para acabar com isso, sentenciou em suas declarações à Prensa Latina.
Lambert anunciou que continuará aproveitando vários espaços para solicitar uma posição mais decisiva diante da hostilidade de Washington e seu componente extraterritorial.
Na semana passada, o deputado exigiu em sessão da Assembleia Nacional ao governo francês uma postura enérgica contra o ataque que o bloqueio dos Estados Unidos representa para 11 milhões de cubanos e para os interesses franceses e europeus.
Em resposta à sua pergunta, o Ministro Delegado Jean-Baptiste Lemoyne, responsável pelo Turismo e Pequenas e Médias Empresas, reconheceu que a UE deve fortalecer sua resposta à lei extraterritorial Helms-Burton.
“Temos total intenção de trabalhar nesse sentido durante este primeiro semestre de presidência do Conselho, a fim de tornar as contramedidas ainda mais operacionais”, disse Lemoyne.
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