27 de April de 2024
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O que representam para a Nicarágua os laços diplomáticos com a China?

O que representam para a Nicarágua os laços diplomáticos com a China?

Por Danay Galletti Hernandez
Manágua, 11 dez (Prensa Latina) Depois que Nicarágua e China assinaram o acordo para o restabelecimento das relações diplomáticas em 10 de dezembro, representantes dos dois países abriram o caminho para a cooperação, o comércio e o investimento em setores estratégicos.

Em seu anúncio de reconhecimento do país asiático, lido pelo Ministro das Relações Exteriores, Denis Moncada, Manágua rompeu os laços com Taiwan, iniciado há mais de 30 anos durante o governo da ex-presidenta Violeta Barrios, e expressou seu compromisso de cessar imediatamente os contatos oficiais com o território chinês.

Para Andrea Pérez, que é formado em relações internacionais e direito, após o retorno de Daniel Ortega ao poder, a Nicarágua sempre teve claras diferenças políticas e ideológicas com Taiwan; de fato, a ilha teme um cessar-fogo político bilateral desde 2007.

“Guiados pelos princípios de cooperação e fraternidade, decidimos manter os acordos estabelecidos nos anos 90. No entanto, esta determinação era uma conclusão inevitável porque, no contexto internacional, a posição de Taiwan era a de um estado central para a interferência no Mar do Sul da China”, reconheceu ele.

Pérez aludiu às recentes eleições gerais realizadas em 7 de novembro em seu país, às sanções aplicadas posteriormente pelos Estados Unidos e à constante propaganda anti-sandinista, eventos que, em sua opinião, determinaram o recuo de Taipé em relação aos acordos de cooperação atuais.

“Como parceiros do Banco Centro-Americano de Integração Econômica (CABEI), eles votaram contra a inauguração de uma sede em Manágua e depois houve uma mudança de embaixador, estratégias diplomáticas empregadas que certamente levariam ao descaso do governo nicaraguense”, disse Pérez. Segundo Manuel Espinoza, diretor do Centro Regional de Estudos Internacionais (CREI), o executivo sandinista valorizou as complexidades de um contexto internacional multicêntrico, após dois anos da pandemia da Covid-19, e a necessidade estratégica de incorporar o país no caminho das competências comerciais.

“Com relação à política externa, é uma disposição sábia e correta. Mesmo entre o povo nicaraguense, havia um entendimento da relevância desta mudança. Mas embora o respeito, a seriedade e a lealdade para com Taiwan tenham prevalecido, já há algum tempo, as pressões de Washington sobre o território se intensificaram”, explicou ele.

TAIWAN: UM PARCEIRO COMERCIAL IMPORTANTE?

As relações com Taiwan, disse o especialista, fazem parte da imposição política e ideológica promovida pelo governo de Violeta Barrios, defensora das ordens emitidas pelos Estados Unidos para romper todos os laços com a República Popular da China, como também tem acontecido em outros países da sub-região.

“O comércio da ilha com a Nicarágua durante os governos neoliberais visava mais o desembolso de dinheiro para essas administrações. Após o retorno de Ortega ao poder e durante sua administração de quase duas décadas, a quantia resultante desses laços financiou projetos de natureza social”, disse o cientista político.

No final de 2020, o comércio bilateral, incluindo o das zonas de livre comércio, ultrapassou 166 milhões de dólares, um aumento de 14,03 por cento em comparação com 2019, e as exportações da Nicarágua para a China atingiram quase 144 milhões de dólares.

Pérez lembrou que o país centro-americano sempre manteve laços econômicos e políticos com a China através da FSLN e do Partido Comunista do país asiático, e com relação às repercussões desta nova postura, o especialista mencionou as palavras do empresário Wan Jing, publicadas em 10 de dezembro em um comunicado de imprensa:

“A Nicarágua está destinada a tornar-se o eixo mais importante do Cinturão e da Estrada através do Pacífico e do Atlântico, um centro emergente que promove a economia, o comércio, a tecnologia e a cultura entre o Oriente e o Ocidente, um farol que representa a grande amizade entre os povos”.

Sem dúvida, esta aliança com a China, assegurou Espinoza, ajudará a enfrentar as medidas unilaterais impostas pelos Estados Unidos e as elites de poder econômico de alguns países da região, subjugados a seus interesses, que ignoram os resultados do processo eleitoral de novembro passado.

O país asiático é atualmente a principal potência econômica mundial e possui “altos níveis de assistência financeira, poder tecnológico, investimentos públicos e privados e a promoção de numerosos projetos de infraestrutura, uma oportunidade inestimável para a Nicarágua”, explicou o acadêmico.

O presidente do CREI destacou a colaboração, respeito e projetos de benefício mútuo entre numerosas nações da região, como Brasil, Argentina, Colômbia e Venezuela, e uma boa parte dos estados africanos com a China, e aí reside, disse ele, a lógica assumida pelo presidente Daniel Ortega para o restabelecimento dos laços.

Seguindo a decisão da Nicarágua, Taiwan tem apenas 14 aliados diplomáticos formais, em comparação com os 21 que tinha antes do presidente Tsai Ing-wen tomar posse em maio de 2016, e na América Central ainda há Guatemala, Belize e Honduras.

msm/dgh/vmc

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