México (Prensa Latina) 2021 será lembrado como o ano de Cuba no México pelas importantes atividades de solidariedade, mas em particular pelas manifestações de apoio à Revolução na ilha do Presidente Andrés Manuel López Obrador.
O tema Cuba estava no centro dos debates do Fórum Social Mundial organizado pelo México no início do ano de forma virtual, e realizado com grande sucesso, como foi reconhecido pelos participantes em suas intervenções.
Entre as resoluções finais, a de apoio a Cuba e a exigência do governo dos Estados Unidos de levantar imediata e incondicionalmente o bloqueio à ilha foi uma das mais populares do evento e estimulou as caravanas mundiais de apoio ao povo da maior das Antilhas.
Da mesma forma, o México destacou a presença de uma brigada de médicos cubanos do contingente Henry Reeve que chegou ao país nos momentos mais urgentes e dramáticos da terceira etapa da pandemia de Covid-19, a mais feroz e perigosa de todas as que sofreram o povo mexicano.
O apelo de López Obrador em julho ao mundo, para que considere Cuba Patrimônio da Humanidade e lhe outorgue o Prêmio de Dignidade pelos 62 anos que enfrenta as agressões dos Estados Unidos sem desistir, especialmente do bloqueio econômico, comercial e financeiro, foi estendido a todos os cantos do planeta onde encontrou grande apoio universal.
Em homenagem ao 238º aniversário do nascimento do Libertador Simón Bolívar, no Bosque de Chapultepec e perante os ministros das relações exteriores da América Latina e do Caribe, o presidente López Obrador proclamou que podemos concordar ou não com a Revolução cubana, mas ela é uma façanha ter resistido à política agressiva dos EUA por 62 anos.
Essa afirmação, alertou, pode provocar indignação, mas sua luta em defesa da soberania merece o Prêmio da Dignidade. Essa ilha, acrescentou, é a nova Numancia por seu exemplo de resistência e por isso mesmo Cuba deve ser declarada Patrimônio da Humanidade.
VISITA OFICIAL DO PRESIDENTE CUBANO
Sem dúvida, o ponto culminante deste ano tão significativamente dedicado a Cuba foi a visita oficial do Presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez como convidado especial da parada militar pela entrada do Exército Trigarante na Cidade do México, com a qual a independência foi consumada em 1810 pelo padre Miguel Hidalgo, conhecido como Grito de Dolores.
O líder cubano dividiu palco no Zócalo da capital com seu anfitrião López Obrador e parte de seu gabinete no dia 16 de setembro, e foi o único orador estrangeiro no ato mais importante e solene do Estado do México, na celebração da proclamação da independência.
Díaz-Canel permaneceu mais alguns dias no México para participar da VI Cúpula de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), considerada histórica pelo fortalecimento daquela organização como interlocutor dos Estados Unidos.
Celac é a principal referência de unidade e integração regional perante a desacreditada Organização dos Estados Americanos (OEA).
Esta cúpula foi mais um palco da batalha de ideias revelada na contundente resposta do presidente cubano aos presidentes do Uruguai e do Paraguai, que tentaram em vão desviar a cúpula da Celac de seu canal de unidade e identidade regional.
As ações do México a favor de Cuba não se encerraram com a reunião da Celac, apesar da importância desse encontro para a ilha, e especialmente das resoluções de apoio ao povo cubano e seu governo, e apelos à oposição ao bloqueio criminoso.
EM OUTROS ENCONTROS
Outubro foi um mês muito importante pois Cuba foi escolhida como a convidada de honra para o aniversário 49 do Festival Cervantino Guanajuato, com estrelas e orquestras no palco, como José María Vitier e orquestra Van Van, entre outros.
Eles encantaram dezenas de milhares de mexicanos no estado anfitrião e na Cidade do México.
Em outro evento não menos importante, como o XXV Seminário Internacional do Partido do Trabalho, a presença de Cuba foi como um sinal à esquerda continental e do mundo.
A reunião endossou as demandas a favor da eliminação do bloqueio dos Estados Unidos a Cuba e a cessação de todo tipo de agressões que o presidente Joe Biden mantém à ilha, ao contrário do que foi prometido em sua campanha eleitoral.
O México foi o país que acolheu tão calorosamente o Herói Nacional José Martí (1853-1895), que aqui escreveu grande parte de seu estudo Nuestra América, fez amizade inquebrantável com Manuel Mercado, casou, escreveu obras como Amor con amor se paga e conspirou para a independência de Cuba.
E foi também um refúgio para Fidel Castro (1926-2016), que se encontrou com Che na casa de María Antonia e organizou a expedição do iate Granma para iniciar a necessária guerra proclamada por Martí.
O México provou mais uma vez, neste ano dramático, ser o grande irmão dos cubanos.
arb / lma / hb
(*) Correspondente-chefe da Prensa Latina no México