Em declarações à imprensa, o ministro destacou que Moscou teria preferido que Washington apresentasse suas dúvidas sobre o acordo que Rússia e China propõem para evitar a corrida armamentista.
“Estaríamos muito interessados em ouvir não desculpas, mas uma posição concreta defendida”, disse ele, ao chamar as declarações dos EUA de hipócritas de que a Rússia constitui um risco para atividades de uso pacífico do espaço sideral.
Ele lembrou o pedido dos EUA de criar algum tipo de regras universais para a exploração espacial, ignorando a iniciativa da Rússia e da China de preparar um acordo para impedir a presença de armas no espaço sideral. Lavrov culpou o governo dos Estados Unidos pela formação, em 2020, do Comando Espacial das Forças Armadas, criado com o objetivo de promover uma vantagem militar abrangente no espaço sideral.
“Para colocar essa estratégia em prática, antes mesmo de ser aprovada, o Pentágono, sem informar ninguém, está testando em órbita armas de ataque a mísseis, chegando a colocar em órbita sistemas de defesa antimísseis”, explicou.
O funcionário alertou que o presidente Vladimir Putin falou sobre essa ameaça repetidamente e alertou sobre a possibilidade de “uma situação de segurança completamente diferente quando um país tem armas de ataque o tempo todo”.
O Comando Espacial dos EUA disse que na segunda-feira a Rússia testou um míssil anti-satélite com entrada direta em órbita, que atingiu um satélite próprio (COSMOS 1408) e que esse exercício espalhou fragmentos na órbita baixa da Terra.
Sobre o fato, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou na terça-feira que foi realizado um teste bem-sucedido relacionado ao alcance da espaçonave nacional não operacional Tselina-D, que estava em órbita desde 1982.
Moscou explicou que os fragmentos que foram espalhados após o alcance daquele satélite não representam uma ameaça para a Estação Espacial Internacional (ISS) ou para o resto dos satélites.
“Os Estados Unidos sabem com certeza que os fragmentos formados no momento dos testes e os parâmetros orbitais não representavam e não representarão uma ameaça às estações orbitais, espaçonaves ou atividades espaciais”, detalhou a declaração da entidade militar.
De acordo com as autoridades russas, o país está realizando ações planejadas para fortalecer suas capacidades de defesa porque o principal objetivo da nova estratégia espacial dos EUA é “criar uma vantagem militar abrangente no espaço.
Ele esclareceu que os Estados Unidos, China e Índia já realizaram testes semelhantes no espaço sideral.
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