A 38 dias de mais de 34 milhões de argentinos voltarem às urnas para definir 24 cadeiras no Senado e 127 na Câmara dos Deputados, as propagandas começam a tomar as ruas e logo aparecerão nas telas. O clima é quente e se faz sentir em todos os lugares todos os dias.
As coalizões políticas hoje medem forças e vão com tudo, algumas com notável discurso de ódio, disparando dardos sem filtros nas redes sociais para atacar seus oponentes, enquanto outras o fazem abertamente.
Ontem foi um dia agitado e a campanha, como era de se esperar, desembarcou no Congresso após a retomada das sessões presenciais.
A oposição ‘Juntos por el Cambio’, reforçada nas primárias em setembro passado com um bom resultado em 16 dos 24 distritos, bloqueou quatro projetos e não permitiu o quorum necessário para tratar da Lei de Rotulagem em sessão extraordinária.
O governista ‘Frente de Todos’ respondeu com uma forte declaração contra a ex-coalizão Cambiemos, que levou Mauricio Macri ao governo em 2015.
‘Pedimos ao macrismo que não use as demandas do povo para especular politicamente’, disse a Frente, após acrescentar que esta aliança visa confundir a sociedade.
‘Eles tiveram a oportunidade de promulgar leis que melhorariam a vida das pessoas e condicionaram sua participação na sessão visando impor questões que não foram discutidas no espaço correspondente e que devem ser tratadas com seriedade’, destacou o partido no poder.
O chefe da Frente de Todos na Câmara dos Deputados, Máximo Kirchner, apontou contra o Juntos por el Cambio em seu discurso de encerramento da sessão. Depois de vencer as eleições primárias ‘eles são os mesmos de sempre. Acho que deveriam ser mais pacientes, que para 2023 ainda faltam dois anos’, disse.
Outro dos que questionaram a atuação da oposição face ao ocorrido na véspera foi o ministro do Interior, Wado de Pedro, que frisou que bloqueou quatro leis a favor do povo.
‘Depois de acompanhá-las em comissões, faltaram à sessão com desculpas. Eles novamente cederam ao interesse e privilégio de alguns sobre os argentinos’, disse ele.
Faltam ainda várias semanas e os candidatos das diferentes forças políticas que buscam um cargo no Congresso movem suas últimas cartas em busca de conquistar os votos em uma Argentina rachada.
Ainda ontem, ao participar da Convenção Anual da Câmara da Construção, o presidente Alberto Fernández voltou a insistir na necessidade de construir pontes de diálogo e consenso entre os argentinos e de unir esforços na construção de um país que abrigue a todos.
‘É hora de nos ouvirmos, de acabar com os gritos e aprender a saber o que nos acontece, é importante nos colocarmos no sapato do outro para sabermos caminhar em direção ao futuro’, disse. msm/may/cm