29 de March de 2024
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Grupo de Lima, sem saída e à beira do colapso

Grupo de Lima, sem saída e à beira do colapso

Caracas, (Prensa Latina) A vitória no Peru do esquerdista Pedro Castillo abre hoje a questão do desaparecimento do Grupo Lima, um bloco de governos de direita criado para interferir nos assuntos venezuelanos.

Desde que os resultados das eleições presidenciais no país andino foram conhecidos, analistas, políticos e estadistas de todas as tendências começaram a questionar e/ou apostar na sobrevivência da organização.

Assim que a vitória de Castillo foi anunciada, o ex-presidente equatoriano Rafael Correa fez uso da sátira virtual e postou um memorando na rede social Twitter dizendo ‘tenho o prazer de informar que o Grupo Lima acabou de perder Lima’, enquanto horas depois ele postou outro, ‘Que problema! E agora, como vão se chamar?’.

Embora para muitos analistas o futuro do grupo ainda seja incerto, a publicação da declaração do ex-presidente equatoriano lançou dúvidas sobre o destino definitivo deste conselho político, que vem se deteriorando há muito tempo.

Embora seja verdade que o candidato não tenha se pronunciado abertamente sobre o assunto, o Comitê Executivo Nacional do Peru Livre, partido de Castillo, anunciou durante a campanha que, se ele se tornasse presidente daquele país, o abandonaria e proporia sua desativação.

Questionado pela Prensa Latina, o filósofo e cientista político venezuelano Fernando Rivero disse que a América Latina está passando por importantes mudanças geopolíticas que mostram uma condenação geral das políticas neoliberais, e descreveu o Grupo como uma organização desmembrada cujo fim é iminente.

O Mestre em Filosofia da Guerra disse estar otimista sobre uma mudança na correlação de forças em torno da Venezuela, o que seria uma oportunidade extraordinária para fortalecer a diplomacia de paz na região.

Além disso, ele destacou que permitiria a reativação de mecanismos de integração como a União das Nações Sul-Americanas, a Comunidade dos Estados da América Latina e Caribe e o fortalecimento da Aliança Bolivariana para os Povos do Tratado Comercial de Nossa América-População.

O órgão multilateral foi criado após a chamada Declaração de Lima em 8 de agosto de 2017, onde representantes de 14 países se reuniram ‘com o objetivo de acompanhar e acompanhar a oposição venezuelana na busca de uma solução pacífica para a crise’.

A declaração foi inicialmente assinada pela Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru, mais tarde acompanhada pela Guiana, Haiti, Santa Lúcia e Bolívia, esta última durante o governo de facto de Jeanine Áñez.

O documento também foi endossado por Barbados, Estados Unidos, Granada e Jamaica, que participaram da reunião, bem como pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e pela União Europeia, além da oposição venezuelana.

O reconhecimento do ex-assessor Juan Guaidó como presidente encarregado, seu apoio à cada vez mais desacreditada extrema direita venezuelana e o desastre no tratamento do Covid-19 por parte da maioria dos países membros, abandonaram a cortina de fumaça da organização que desde sua criação só serviu aos interesses de Washington e da OEA.

Como se isso não fosse suficiente, os protestos no Chile e na Colômbia, que trouxeram à tona a ineficácia dos governos de Sebastián Piñera e Iván Duque, respectivamente, somados às acusações de corrupção e terrorismo contra Añez, acabaram manchando ainda mais seu já questionado papel como mecanismo multilateral na região.

Quatro anos após sua fundação, o Grupo Lima não tem nada a oferecer ou contribuir, nem mesmo a seus padrinhos e aliados, alguns dos quais estão começando a se distanciar dele, seja abertamente ou dissimuladamente.

Em meio às mudanças políticas que a América Latina está passando, muito poucos preveem um futuro para ela, enquanto que ficará na história principalmente por suas tentativas fracassadas de derrubar o Presidente Constitucional da Venezuela, Nicolás Maduro, e a Revolução Bolivariana.

jf/wup/ycv/vmc/gdc

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