A Unidade de Observação do Crime desta instância revelou que 46 por cento dos casos ocorreram durante a primeira quinzena do mês, antes da renúncia do primeiro-ministro Jospeh Jouthe, e os restantes 54 por cento ocorreram sob o comando de seu sucessor, Claude Joseph.
A capital aparece como a área mais insegura, com 59 por cento dos sequestros registrados, seguida pelo subúrbio de Croix des Bouquets, a cerca de 10 quilômetros de Porto Príncipe, com 22 por cento, e Carrefour fecha, localizado na saída sul do principal cidade do país com 19 por cento.
A entidade destacou que o fenômeno atinge todas as camadas sociais e na maioria dos casos os sequestradores exigem somas entre 100 mil e um milhão de dólares para libertar as vítimas, o que obriga os familiares a venderem suas propriedades e pedirem empréstimos para pagar o resgate.
Somente nos primeiros quatro meses do ano, a instância constatou 248 sequestros, alguns deles envolvendo menores que sofreram abusos sexuais.
Na véspera, o Chefe do Governo reiterou que estes casos estão relacionados com os projetos promovidos pelo Executivo para renovar quadros políticos e modificar a atual Constituição.
‘Todos estão cientes da dimensão política, mas não podem documentá-la’, disse Joseph em sua primeira entrevista coletiva após assumir o cargo, criticando aqueles que usam essa prática para evitar as urnas.
O presidente Jovenel Moísse também garantiu no fim de semana passado que 80% dos sequestros são de natureza política e ameaçou colocar os mentores atrás das grades.
mem/ane/jcfl