Os 240 parlamentares que tomaram posse em 15 de abril constituíram uma legislatura altamente fragmentada que, após vários dias de consultas, não chegou a um acordo sobre a instituição do novo executivo.
No meio desta situação ingovernável, Radev falou da dissolução da Assembleia Nacional (Parlamento) e da realização de eleições antecipadas, segundo a imprensa nacional.
Além disso, o presidente acrescentou que isso é previsível ‘não só em uma crise política, mas também constitucional’.
Desde meados de 2020, o primeiro-ministro búlgaro demitido, Boiko Borisov, tem sido objeto de fortes protestos para exigir sua renúncia e dos quais emergiram três das seis formações políticas que agora compõem a legislatura.
Ainda que minoritários, os novos partidos rejeitam um pacto com as forças tradicionais, que estiveram na vanguarda da política do país na última década, sobre o qual pesam hoje as acusações de corrupção, segundo analistas.
O partido conservador Cidadãos pelo Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB), do qual Borisov é membro; o social-democrata e o Movimento dos Direitos e Liberdades enfrentam o impulso das novas alianças.
Diante de tal cenário, Radev garantiu que o país precisa de uma ‘alternativa’ e pediu a todas as forças políticas que reconsiderassem seu comportamento.
Borisov anunciou em abril sua renúncia ao cargo, após 10 anos no poder, e que sua força política iria propor o ex-ministro das Relações Exteriores Daniel Mitov como candidato, após formar um Parlamento no qual o GERB conquistou cerca de 26 por cento dos assentos.
Os sociais-democratas, terceira força mais votada nas últimas eleições, devolveram hoje a ordem de constituição de um Executivo, mas antes o fizeram o GERB e o partido Exist Such People.
Enquanto isso, o país mais pobre da União Europeia (UE) está atolado em uma crise de saúde causada pelo Covid-19.
A Bulgária, o país do bloco regional com a implementação mais lenta do programa de vacinação, apresenta uma das maiores taxas de mortalidade pela doença na UE.
O presidente Rumen Radev, contrário às políticas de Borisov, alertou que os próximos meses serão muito tensos e pediu uma atuação responsável para evitar o caos, segundo a imprensa nacional.
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