Um projeto oficial nesse sentido, apresentado no ano passado, ficou muito tempo paralisado por falta de acordos para promovê-lo, no seio da coalizão de partidos do governo e da força política de oposição.
Mas, semanas atrás, a Câmara dos Representantes o adotou, seguido pela recente aprovação por maioria do Comitê de Constituição e Legislação do Senado.
Parlamentares do Partido Nacional explicaram que com o novo texto elaborado, entre três e 24 meses de prisão serão punidos quem colocar em risco sua saúde ‘sem a necessidade de provar que a pessoa infectou’ outra. O senador da Frente Ampla Charles Carrera disse que esta modificação constitucional confirma o fracasso da ‘liberdade responsável’ em face da pandemia levantada pelo presidente da nação, Luis Lacalle Pou.
Argumentou que é uma medida isolada que gera o risco de criminalização e que os problemas de saúde não se resolvem com infrações penais nem é a forma correta de conter a disseminação do Covid-19.
Carrera destacou que ‘legalmente é difícil processar e testar, e diante de uma situação de saúde complexa, é necessário tomar medidas para limitar a mobilidade social acompanhada de apoio social aos mais vulneráveis, por parte do Poder Executivo’.
Acrescentou que ‘este crime pode até servir para criminalizar certas pessoas que não têm um meio de vida e precisam trabalhar fora’.
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